"Essa é uma página que tem de ser virada, o Brasil precisa sair desse ambiente de ódio", afirma deputado Paulo Pimenta sobre o fim do julgamento de Bolsonaro

Foto: Alan Orlando (Arquivo Diário)

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em condenar ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e aos atos de 8 de janeiro de 2023 repercute para além da esfera política. Ainda assim, é no campo político que provoca os maiores embates. Na manhã desta sexta-feira (12), o deputado federal Paulo Pimenta (PT) e ex-ministro do governo Lula (PT) comentou a decisão durante entrevista à Rádio CDN, no programa Bom Dia, Cidade!. 

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Para ele, o julgamento é um marco para a democracia brasileira, inclusive, pedagógico: 

– Pela primeira vez, a condenação de um presidente da República pelo crime de tentativa de golpe contra a democracia, contra o Estado Democrático de Direito. Todos esses militares, inclusive o Bolsonaro, vão perder as suas patentes. Então, isso é muito grave, mas é também pedagógico. As pessoas têm que entender de forma definitiva que a democracia, o funcionamento das instituições, é algo que precisa ser valorizado. Eu, Paulo Pimenta, pelo que conheço e acompanhei do processo, acreditava que teria uma condenação. Quer dizer, as provas são muito robustas. Todos nós acompanhamos as informações sobre o 8 de janeiro. 

Leia mais:

O parlamentar relembrou os acampamentos de apoiadores em frente a quartéis, a campanha de descredibilização das urnas eletrônicas e o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro como elementos centrais do processo. 


Sobre questionamentos constantes que recebe sobre o "que achou do voto do ministro Luiz Fux?", que se posicionou pela absolvição dos réus, Pimenta responde que "não tenho que achar nada". Destacou que o processo foi conduzido dentro da esfera judicial e não deve ser tratado como pauta política:

–  A gente sempre disse que o assunto deve ser tratado no âmbito do Poder Judiciário e da polícia. É um inquérito por um crime e deve ser tratado assim.


Críticas à proposta de anistia

Durante a entrevista, Pimenta ainda se posicionou contra a proposta de anistia geral que tramita no Congresso Nacional para os envolvidos na suposta tentativa de golpe. Segundo ele, a medida equivaleria a “impunidade”.

— Qual o sentido de você dizer para a sociedade brasileira: "ó, cometa os crimes que vocês quiserem, e mesmo que, a Justiça condenem vocês, depois a gente consegue que deputados e senadores votem para que as penas de vocês sejam anuladas". Sinceramente, primeiro, não acredito que esse projeto vá avançar – afirmou o deputado. 


Por fim, acredita que o Brasil precisa virar a página e superar o episódio. Sair do ambiente de ódio e intolerância, acredita. 

– Essa é uma página que tem de ser virada, o Brasil precisa sair desse ambiente de ódio, de intolerância. O Brasil precisa olhar para frente para gerar emprego, criar oportunidade. É isso que o Brasil precisa – finalizou Pimenta.  

Confira a entrevista na íntegra 


Contraponto 

Além do político petista, a  reportagem também ouviu o deputado federal Giovani Cherini (PL), presidente da legenda no Rio Grande do Sul, sobre o assunto. Confira aqui. 


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